O "locus ceruleus" (locus coeruleus) é uma minúscula região cerebral, uma parte pequena e visivelmente azulada do tronco cerebral que libera noradrenalina, um transmissor responsável pela regulação do ritmo cardíaco, atenção, cognição e memória.
As células do locus ceruleus, são neurônios de alta interconectividade em comparação com outras regiões do cérebro, que enviam axônios — ramos nervosos — para grande parte do cérebro e ajudam a regular a atividade dos vasos sanguíneos.
O sistema límbico, também conhecido como cérebro emocional, é um conjunto de estruturas localizado no cérebro, abaixo do córtex e responsável por todas as respostas emocionais.
Dentre as diversas funções pelas quais o sistema límbico é responsável estão: as respostas emocionais, o comportamento e inclusive a memória.
As emoções e sentimentos só são possíveis através do funcionamento do sistema límbico. Desenvolver relações que permitam uma vida em comunidade dependem da atividade dos neurônios localizados nessas estruturas.
A Nicotina é agonista estimulante, ou seja responsável por uma ação que resulta num movimento, nesse caso a nível celular (células nervosas - neurônios; receptores celulares - metabolismo celular).
A Nicotina é descrita como uma droga psicoativa, alcaloide básica, líquida e de cor amarela.
Substância psicoativa é aquela que age principalmente no sistema nervoso central, onde altera a função cerebral e temporariamente muda a percepção, o humor, o comportamento e a consciência.
Alcaloides são terapêuticos que promovem ação anestésica, analgésica, psicostimulante, neurodepressora, por exemplo, sendo os alcaloides mais conhecidos ademais da nicotina: cafeína, cocaína, pilocarpina, papaverina/morfina/heroína/codeína, psilocibina, almíscar, etc.
A nicotina exerce principalmente dois efeitos, um efeito estimulante exercido no "locus ceruleus" e um efeito de recompensa no sistema límbico.
A administração de nicotina causa liberação de acetilcolina, noradrenalina, dopamina, serotonina, vasopressina, beta-endorfina e ACTH.
Em suma, o efeito da nicotina se manifesta de duas maneiras distintas: tem um efeito estimulante e a seguir tem efeito tranquilizante, bloqueando o estresse.
Entretanto, seu uso contínuo causa dependência psíquica e física, fazendo com a abstinência provoque sensações desconfortáveis. Possui alta toxicidade em doses excessivas, levando a náuseas, dor de cabeça, vômitos, convulsão, paralisia e na dose letal [(LD50) da nicotina é de 40 a 60 mg/kg em adultos] até a morte.
Quando convertida para o ácido nicotínico é usada como suplemento alimentar.
De fato, a nicotina está associada à redução da ingestão alimentar e peso por meio da ativação, no hipotálamo, de um grupo de neurônios que controlam a saciedade.
Além disso, conforme estudos com resultados relevantes, a nicotina tem sido apontada como de uso no tratamento de epilepsia e de doenças degenerativas do cérebro, como o Alzheimer e Parkinson.
No cérebro, receptores nicotínicos, normalmente estimulados com acetilcolina, são ativados pela nicotina.
Desse modo, ocorre aumento de dopamina nos circuitos de recompensa do cérebro.
Estudos sugerem que a associação de componentes do tabaco sejam inibidores da monoamina oxidase (MAO), o que levaria à redução da enzima responsável pela degradação da dopamina no cérebro, ativa no circuito de recompensa.
A nicotina induz a liberação do neurotransmissor glutamato, um neurotransmissor excitatório envolvido na plasticidade sináptica, uma das possíveis causas para o efeito da nicotina em melhorar a memória.
Estes receptores citados, no hipocampo, estão associados aos processos de aprendizado e memória.
Pequenas doses de nicotina agem nos gânglios do sistema nervoso autônomo, inicialmente como estímulo à neurotransmissão e, subsequentemente, como depressor, daí o grau viciante.
Joseph Shafan
Enviado por Joseph Shafan em 28/11/2020
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