Maldito
"... [ ]. Maldito seja de dia e maldito seja de noite; maldito seja quando se deita e maldito seja quando se levanta; maldito seja quando sai, maldito seja quando regressa... [ ] É ordenado que ninguém mantenha com ele comunicação oral ou escrita, que ninguém lhe preste favor algum, que ninguém permaneça com ele sob o mesmo teto ou a menos de quatro côvados, que ninguém leia algo escrito ou transcrito por ele." Essas palavras fazem parte do texto de expulsão e excomunhão (Herem) de Baruch de Spinoza promulgada pela comunidade judaica de Amsterdam a 27 de julho de 1656, texto este no preâmbulo cita-o assim: "... excomungamos, expulsamos, execramos e maldizemos Baruch de Spinoza". Baruch de Spinoza (Benedict de Spinoza) estudou Lógica, Metafísica e Medicina entre outras disciplinas, ciências essas então consideradas profanas pela comunidade judaica {conhecimentos fora da Tanach ("Bíblia Judaica") eram apontados como Idolatria}. Depois dessa "maldição" Spinoza se tornou um dos maiores filósofos da história, vivendo ainda por mais onze anos. Suas obras o fizeram reconhecido em vida, tendo recebido cartas de figuras proeminentes como Henry Oldenburg da Royal Society; do inventor alemão Ehrenfried Walther von Tschirnhaus; do cientista holandês Huygens; de Leibnitz; do médico Louis Meyer, de Haia; e do rico mercador De Vries, de Amsterdã. Luís XIV lhe ofereceu uma larga pensão para que Espinoza lhe dedicasse um livro. O filósofo recusou polidamente. O príncipe de Condé, na chefia do exército da França, novamente convidou-o a aceitar uma pensão do rei da França e ser apresentado a vários admiradores influentes. Spinoza, desta vez, aceitou a honraria. Joseph Shafan
Enviado por Joseph Shafan em 26/12/2020
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