Sofrimento Cíclico


"Importuna coisa é a felicidade alheia quando somos vítima de algum infortúnio."
- Machado Assis.

Psicologia Social é uma Disciplina da Psicologia que estuda como as pessoas pensam, influenciam e se relacionam umas com as outras. Assim, a Psicologia Social é um estudo científico de como os pensamentos , sentimentos e comportamentos dos indivíduos são influenciados pela presença real, imaginada e implícita de outras pessoas.
- a Psicologia Social Psicológica procura explicar os processos intraindividuais responsáveis pelo modo pelo qual os indivíduos respondem aos estímulos sociais.
- a Psicologia Social Sociológica tem como foco a experiência social que o indivíduo adquire na sua participação em diferentes grupos sociais com os quais convive.

Atitude, em psicologia, é uma construção psicológica, uma entidade mental e emocional que é inerente ou caracteriza uma pessoa. As Atitudes são complexas e são um estado adquirido por meio de experiências.
Desse modo, "atitude" é o estado mental predisposto de um indivíduo em relação a um valor e é precipitado por uma expressão responsiva em relação a si mesmo, uma pessoa, lugar, coisa ou evento (o objeto de atitude ) que por sua vez influencia o pensamento e a ação do indivíduo.

"Atitude é o conceito mais distinto e indispensável na psicologia social contemporânea. [...] A atitude pode ser formada a partir do passado e do presente de uma pessoa. [...] Os principais tópicos no estudo das atitudes incluem a força da atitude, mudança de atitude, comportamento de consumo e relações atitude-comportamento." (Gordon Willard Allport, proeminente psicólogo estadounidense).

Para Jung, atitude é uma "prontidão da psique para agir ou reagir de uma determinada maneira". E "as atitudes muitas vezes vêm em pares, um consciente e o outro inconsciente".

Atitudes são expressões básicas de aprovação e desaprovação ou gostos e desgostos. Como as pessoas são influenciadas por situações, as atitudes gerais nem sempre são bons preditores de comportamentos específicos.

Vítima ( latim victus; victimia, "dominado" e "vencido"; "oferta" [oblata]; "sacrifício" ). No sentido geral, vítima é a pessoa que sofre os resultados infelizes dos PRÓPRIOS atos, dos DE OUTREM ou DO ACASO.

PERTURBAÇÃO E SOFRIMENTO CÍCLICO
Perturbação de Personalidade Histriónica (PPH) ou Transtorno de Personalidade Histriônica (TPH) é definida como um transtorno de personalidade caracterizado por um padrão de comportamentos de busca excessiva de atenção, incluindo sedução inadequada e um desejo excessivo de aprovação. ais indivíduos são vívidos, dramáticos, animados, flertadores .As pessoas diagnosticadas com o transtorno são, dramáticas, vivazes, de animações repentinas, flertadoras, namoradeiras e alternam seus estados entre entusiásticos e pessimistas, com forte prevalência entre as mulheres (cerca de 4 vezes mais que os homens).

As características associadas incluem egocentrismo, autoindulgência, desejo contínuo de apreciação e comportamento manipulador persistente para alcançar suas próprias necessidades.
Frequentemente, não conseguem visualizar sua própria situação pessoal de forma realista e tendem, ao invés disso, a dramatizar e exagerar suas dificuldades. Podem passar por frequentes mudanças de motivação no trabalho, pois entediam-se facilmente e têm problemas em lidar com frustração e críticas. Por costumarem ansiar por novidades e excitação, podem colocar-se em situações de risco. Todos esses fatores podem aumentar o perigo de desenvolvimento de depressão.

Entre os sintomas principais estão: a) Comportamento exibicionista; b) Busca constante por apoio ou aprovação; c) Dramatização excessiva com demostrações exageradas de emoção, tais como abraçar efusivamente alguém que acabou de conhecer ou chorar incontrolavelmente durante um filme ou música triste; d) Sensibilidade excessiva frente a críticas ou desaprovações; e) Orgulho da própria personalidade com relutância em mudar, sendo qualquer tentativa de mudançavista como ameaça;*
f) Hábito de aparência ou comportamento inapropriadamente sedutor; g) Sintomas somatoformes [projeção corporal dos conflitos e apresentação ao médico com uma variedade de queixas que encobrem seu estado emocional] com a utilização destes sintomas como meio de chamar atenção; h) Necessidade de ser o centro das atenções; i) Baixa tolerância a frustração ou intolerância pela demora por gratificação; j) Angústia provocada pela alternância de crença nas próprias mentiras insustentáveis (mitomania); k) Rápida variação de estados emocionais, que podem parecer superficiais ou exagerados a outrem; l) Tendência em crer que relacionamentos desapegados são mais íntimos do que na realidade o são; m) Decisões precipitadas (Inconsequência); n) Difamação de pessoas que competem com sua atenção (cônjuges, pessoas próximas, p. ex.).

Viés Ator-Observador (Viés de Correspondência) ou Erro de Atribuição Fundamental é a tendência das pessoas de subestimar as explicações situacionais para o comportamento observado de um indivíduo, ao mesmo tempo que enfatizam excessivamente as explicações disposicionais e baseadas na personalidade para seu comportamento.
Esse viés é mais visível quando as pessoas explicam o comportamento dos outros. Não explica as interpretações do próprio comportamento - onde fatores situacionais são freqüentemente levados em consideração.
Como um exemplo simples, se Alice viu Bob tropeçar em uma pedra e cair, Alice pode considerar Bob um desajeitado ou descuidado (disposicional). Se Alice, mais tarde, tropeçar na mesma pedra, é mais provável que ela culpe a colocação da pedra (situacional). (Veja-se Fenômeno do Mundo Justo (Aronson, Wilson, Akert, & Sommers, 2016, p. 107).

SE COLOCANDO NO LUGAR DO OUTRO: EMPATIA
Empatia é a capacidade de compreender ou sentir o que outra pessoa está vivenciando a partir de referencial da outra pessoa, ou seja, a capacidade de se colocar no lugar do outro.

As definições de empatia abrangem uma ampla gama de estados emocionais . Os tipos de empatia incluem empatia cognitiva, empatia emocional (ou afetiva) e empatia somática.

A empatia parte da perspectiva referencial que é pessoal a ela, ciente das próprias limitações em acurácia, sem confundir a si mesmo com o outras palavras, empatia seria o exercício afetivo e cognitivo de buscar interagir percebendo a situação sendo vivida por outra pessoa (em primeira pessoa do singular), além da própria situação.
O termo advém do grego EMPATHEIA - ἐμπάθεια, "afeição física ou paixão").
Na Psicologia e Neurociência contemporâneas a empatia é uma "espécie de inteligência emocional".
As definições de empatia abrangem então uma ampla gama de fenômenos, incluindo cuidar de outras pessoas e ter o desejo de ajudá-las; experimentando emoções que combinam com as emoções de outra pessoa; discernir o que outra pessoa está pensando ou sentindo; e tornando menos distintas as diferenças entre o eu e o outro.

Déficits emocionais e interpessoais, incluem emoções superficiais ,falta de remorso e baixa empatia.

Reflexão
A variação dos fatores comportamentais tendem a influenciar fortemente as relações sociais, sendo importante a anotação e relato de atitudes para determinação de causas contínuas de sofrimentos patológicos que podem estar ocultos aos próprios pacientes em função de um ou outro viés subjacente.





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Referências:

- Main, R. (2004). The rupture of time: Synchronicity and Jung's critique of modern western culture. Routledge.

- Aronson, Elliot; Wilson, Timothy D.; Akert, Robin M.; Sommers, Samuel R. (2016). Social Psychology [S.l.]: Pearson Education.

- Allport, Gordon. (1935). "Attitudes," in A Handbook of Social Psychology, ed. C. Murchison. Worcester, MA: Clark University Press, 789–844.

- Hodges, S.D., & Klein, K.J. (2001). Regulating the costs of empathy: the price of being human. Journal of Socio-Economics.

- H M Pijnenborg, G.H.M.; Spikman, J.M.; Jeronimus, B.F.; Aleman, A. (2012). "Insight in schizophrenia: associations with empathy". European Archives of Psychiatry and Clinical Neuroscience. 263 (4): 299–307.