Manifesto dos Sinais Discriminados
Manifesto dos Sinais Discriminados
Saibam todos quantos este Manifesto dos Sinais Discriminados virem que, há algum tempo, existem privilégios que consideramos devam ser redistribuídos para a harmônica convivência dos sinais. Não se ouve falar mais de circunflexo, a crase está em crise, o agudo sente dores profundas, a exclamação faz interrogações, o asterisco anda meio cabisbaixo, o trema caminha trêmulo, as aspas cheias de caspas, o apóstrofo aposta em outras funções, a vírgula anda emburrada com o ponto [talvez por estar o ponto com seu jeito atual], até a cedilha reclama com a a Ciça, pra barra a coisa anda suja e, embora a arroba esteja muito presente, o problema todo é que no diálogo do dia-a-dia tem se dado maior referência a determinado sinal. Vejam que, por exemplo, nas bancas de jornais, nos pontos de ônibus, na farmácias, lojas e similares, nas conversas entre amigos de idades variadas, camelôs e muitos locais mais, o que se constata é: - Ô til, vai graxa aí? - Til, quer dar uma olhadinha? - Ah! Vá til, só porque você já passou por isso... E por aí, vai. Assinado: ç / [a arroba não assinou] ^ ` ´ ? ! * "" ' , ; ¨ ________ (Copyright © 2005 A.José C.Coelho. Todos os direitos reservados.)
Joseph Shafan
Enviado por Joseph Shafan em 24/12/2005
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